Hoje é o Dia Internacional pela Eliminação da Violência contra a Mulher e o início dos 16 dias de Ativismo. Na LAWRS, teremos uma série de atividades para aumentar a conscientização sobre as barreiras e necessidades das mulheres latino-americanas que vivenciam violência de gênero aqui no Reino Unido. Vamos começar partilhando sobre sobre a jornada única que cada vítima / sobrevivente tem e o apoio que nossa equipe pode oferecer.

 

Experiência de uma trabalhadora do nosso time de Combate à Violência Contra Mulher

Existem procedimentos e diretrizes que seguimos ao ligar para uma sobrevivente de violência contra mulher. Mas casa uma delas tem experiências diferentes e podem estar em momentos distintos de suas jornadas. Mesmo que estejamos preparadas para isso, o que acontece depois que uma sobrevivente pega o telefone é bastante imprevisível.

As mulheres que vivenciam violência de gênero, às vezes, sentem que há algo errado em seu relacionamento, mas não conseguem exatamente identificar o que é. Então, elas vêm ao LAWRS para que alguém as ouça e talvez para aprender mais sobre a violência contra mulher como um todo. Normalmente, assim que iniciamos a conversa sobre os tipos de violência e o ciclo de abuso, elas se reconhecem como vítimas de violência doméstica. Este pode ser um momento muito difícil. O que acontecerá a seguir depende de quais são suas necessidades e prioridades.

Outras mulheres procuram nosso serviço cientes de sua situação e são capazes de identificá-la: sou uma sobrevivente de violência doméstica. Elas podem não estar prontas para deixar seu agressor, mas querem entender suas opções. Elas vêm ao LAWRS em busca de conselhos sobre diferentes questões: como denunciar um crime à polícia, como acessar medidas protetivas, quais são os direitos e deveres dos pais e consequências para seus filhos, como se divorciar, o que acontece com seu status imigratório, apoio emocional, aprender inglês , marcar uma consulta com seu médico de família, acessar intérpretes e assim por diante.

Em alguns casos, as mulheres vêm até nós no momento em que precisam fugir de casa e escapar do abuso porque a violência aumentou. Elas podem estar desabrigadas, desamparadas, precisando de ajuda médica e se sentindo presas em uma situação horrível e sem fim. Exploramos suas opções juntas e discutimos planos de ação que podem ser tomados.

Na comunidade latino-americana, devido à falta de rede de apoio, às desigualdades estruturais, à barreira do idioma, à falta de conhecimento do sistema, ao isolamento e à situação de imigração insegura, muitas mulheres sofrem violência e abusos por longos períodos, e muitas vezes a situação se torna de alto risco, porque acham que não têm outras opções. Os perpetradores vão explorar a vulnerabilidade da vítima, incluindo em alguns casos seu status de imigração inseguro, para manipulá-las e continuar perpetrando o abuso.

“Se você me denunciar à polícia, irei denunciá-la ao Home Office”

“Se você me deixar, você será deportada e eu vou ficar com as crianças”

“Se você não fizer o que eu quero, vou chamar o controle da imigração para você”.

Nosso papel no LAWRS é ouvir a vítima / sobrevivente, lembrá-la de que o abuso não é culpa dela e de que acreditamos nela. Também as conectamos a serviços relevantes para obter mais informações e suporte necessários. Caminhamos ao lado delas em sua jornada, sempre entendendo e aceitando que o que acontece depois do telefonema inicial depende das necessidades e escolha da sobrevivente. Isso significa que ela decide o que fazer com as informações que tem agora. As mulheres são especialistas em sua experiência; elas sabem o que é melhor para elas. Nosso dever é apoiá-las para chegar lá e garantir que, nessa jornada, elas não andem sozinhas.